sábado, outubro 10, 2009

A Plenitude de ser um Filho de Deus



“... Ao que ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai...”.

Reconhecer a Paternidade divina é fator importantíssimo na oração. A consciência disso faz da oração algo mais gratificante e prazeroso, visto que a nossa comunhão se baseia num principio de amor que norteia toda a nossa caminhada cristã. Seria contraditório afirmarmos e proclamarmos a mensagem de amor sendo que ao mesmo tempo demandassem de nós fortes indícios de uma ausência Paterno-amorosa em nossa caminhada. Refletir-se-ia nas relações interpessoais adoecendo a boa-consciência cristã.


Chegar-se a Deus em comunhão e abrir os lábios confessando Pai, faz da esfera espiritual algo mais profundo capaz de discernir as intenções do Espírito. Jesus insere nos corações dos discípulos a certeza de que o Deus de Israel é Pai de órfãos, conforme falara o salmista.


A orfandade não acontece somente quando perdemos nossos vínculos de amor de pais terrestres. Acontece em corações, que mesmo tendo pais presentes, o sentimento que se tem é de vazio paternal.


Conheço porções de filhos que azedaram a vida com tenebrosos pais, embora estando presentes fisicamente, nunca sentiram o pulsar do coração dos filhos que clamava fortemente por um momento de apreço,afeto,carinho, compreensão e acima de tudo de amor. O mais incrível e lindo de tudo isso é que quando essas pessoas descobrem o real amor de Deus se jogam aos braços do Pai amoroso e tem experiências maravilhosas. Simplesmente entenderam e afirmam Tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antigüidade é o teu nome ( Isaias 63.16).
O Filho de Deus começa a lição da oração-modelo quebrando paradigmas de tradicionalismo judaico, frequentemente usada pelos escribas e fariseus hipócritas que faziam da oração uma forma ostensivamente “piedosa”, para uma perfeita exibição em sinagogas e cantos das praças.

Isento de qualquer intimidade com o Pai mas excendendo no show man da fé, arrebatando elogios e louvores de homens, é por isso Jesus dissera que eles já receberam a recompensa.

Quando se conhece o amor do Pai, não há espaço para exibicionismo na fé, mas nele tem a plena convicção que foi pela Sua imensa Graça, e seu grande Amor. Não foi à toa que escreveu o apóstolo do amor afirmando Vede que quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus; e nós o somos (I Jo 3). O seu grande amor é o alicerce fundamental para uma aproximação marcada pela inteira certeza de fé no qual fala altíssonante em nossas mentes de que existe um Deus que nos ama, aceitando-nos da forma como nós somos, e amando-nos com toda a Sua rica bondade.

O conhecimento do amor do Pai e a certeza da sua paternidade gera em nós a contínua aprendizagem e aperfeiçoamento de nossas vidas em Suas mãos, sabendo que de nós mesmos não podemos produzir frutos que gera a glorificação do Seu nome.


E nisso está a nossa total dependência, o mesmo sentimento que brotara do coração do profeta ao clamar Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos (Isaías 64.16). Quando afirmamos em oração que Deus é o nosso Pai, logo somos persuadidos pelo Seu próprio Espírito a entregar nosso ser na plenitude e conscientes de que somos barros. Ora, esse é um material de fácil manuseio e moldura, visto que o Grande Oleiro faz, refaz, constrói, des-constrói, na melhor forma que a Sua santa vontade requerer. E o que de fato faz o barro? Nada! Apenas O espera em tempo oportuno para ser utensílio de honra nas mãos do Mestre.


A familiaridade com Deus se dá exclusiva, única e somente através do Seu Filho Amado, Jesus Cristo que se deu naquela dura cruz. Rejeitado foi pelos os seus, porém há um mistério do qual o apóstolo Paulo exaustivamente falara em suas epístolas. O mistério é Cristo Jesus revelado aos gentios, aos que crêem no seu nome, mistério oculto antes da fundação do mundo mas agora revelado plenamente.


Paulo falando aos Efésios no capítulo 2 cita que a fé e a Graça Salvadora de Cristo nos arrebatou de um mundo dominado por potestades tenebrosas e demoníacas para assentarmos nos mais gloriosos lugares celestiais em Cristo e ainda fazer uma unidade de povo judaica-gentílica inconcebível a uma mente judia e plenamente aceita pelos pagãos.


A separação já não existe, a divisão de “lotes” celestes para Deus não há lugar, uma vez que Ele reconciliou ambos os povos num só corpo destruindo a inimizade entre eles através da Paz em Cristo e da aproximação pelo Sangue do Cordeiro.


Mas agora você pergunta, onde está ai a Paternidade divina em meio a tudo isso? No verso 18 afirma porque, por Ele, ambos temos acesso ao Pai em um só Espírito. Da mesma forma que um judeu pode chamar ao SENHOR de Pai, nós (gentios) que considerado por eles como “imundo”, “separados da comundidade”, “estranhos à aliança”, ”incircuncisos”, podemos nos aproximar do Deus Todo-Poderoso e dizermos PAI! Sem nenhuma necessidade de cumprimentos de leis de mandamentos organizados religiosamente em formas de ordenanças, nenhuma necessidade de circuncisão por mãos humanas, nem qualquer imolação de animais e guarda de dias.Temos o privilégio em Cristo e pelo Seu Espírito da liberdade plena do acesso ao trono do Pai.



A beleza do ensino de Cristo na oração-modelo nos coloca a uma outra verdade em nossas vidas. O total livramento de culpas, temores, fobias. Ao declararmos que Deus é o nosso Pai estamos nos revestindo da plenitude espiritual mais buscada pelos homens em toda a terra. Saciamos a nossa sede em fontes límpidas de amor, da qual todos anelam. Para ser livre de todas as amarras e complexidades de sentimento de terror causado pelo arqui-inimigo de Deus,o homem tenta vãmente libertar-se da escravidão gerada pelo próprio pecado ou por um sistema pecaminoso. E essa escravidão produz morte. A respeito disso brada o apóstolo dos gentios Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! (Rom 8.15).


Poderia aqui escrever um livro ao falar dessa plenitude de ser Filho de Deus, mas isso aqui é apenas um blog-texto.


Com Amor,

Mário Celso S. Almeida

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