domingo, maio 27, 2012

Sonhos: O Que A Palavra Diz

sonhos
Creio em sonhos. Creio, não porque cai no misticismo, mas porque habito no místico dessa existência. Creio, porque há abundância de suas manifestações nas Escrituras. Creio, posto que por mediações desse canal, o Eterno se revelou e fatos notórios foram demonstrados aos homens ao longo de toda história humana.
Creio porque no primórdio da revelação divina, uma marca, uma insignia nos corações foi estabelecido. Uma fala sapiençal já nos foi registrado: “ Deus fala de um modo, sim, de dois modos, mas o homem não atenta para isso. Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, quando adormecem na cama, então, lhes abre os ouvidos e lhes sela a sua instrução, para apartar o homem do seu designio e livrá-lo da soberba…” (Jó 33.14-17)
Creio, pela perplexidade que tais manifestações causavam nos antigos, pela credibilidade que denotavam de homens e mulheres ávidos por uma explicação a sonhos que os deixavam confusos. Entenderemos isso se lermos o livro de Gênesis, o livro de Daniel e alguns livros históricos do antigo pacto.
Quando falo de sonhos, falo das manifestações tais como figuras, símbolos, lugares, coisas, personagens estranhos ou não, que nos ocorrem em um estado de dormência, onde todas as nossas volições estão sujeitas e submissas à essas “produções”, sem que tenhamos total controle sobre elas.
Não falo de sonhos que um por estado de deficiência, carência, e profundo desejo de acalentar os  nossos caprichos, são produzidos pelo eco de nossa alma vazia, como pulsão latente de nosso egoísmo. Vemos esse exemplo no vernáculo de Isaías quando dizia e abordava a respeito dos inimigos de Israel, pelo o “sonho” de acabar com Israel. “Será também como o faminto que sonha, que está a comer, porém, acordando, sente-se vazio; ou como o sedento que sonha que está a beber, porém, acordando, eis que ainda desfalecido se acha, e a sua alma com sede; assim será toda a multidão das nações, que pelejarem contra o monte Sião. “
Alguns exemplos abordo aqui, de sonhos notáveis onde denotavam algum aspecto, circunstâncias que homens e mulheres viveram. Quem lembra do sonho de Abimeleque, onde Deus apareceu a ele em uma noite, cuja noite estava preparada para se apossar de Sara, mulher de Abrãao? De forma bem contundente e firme, Deus o reprova e o ameaça de morte. E o sonho de Jacó, que na sua fuga encontra refúgio em uma pedra, tornando-a como travesseiro e ali mesmo teve o mais assombrante e glorioso sonho, de uma escada cujo topo atingia o céu, pelo qual anjos de Deus subiam e desciam por ela e ouve do próprio Deus a revelação magnífica da extensão da sua descendência.
E o que falar também  do sonho de José, cujo aspecto é tão mal entendido e ensinado de forma tão rude e grosseira. O que se ouve por ai a fora é que o sonho de José, deliberasse de si mesmo um desejo de ser maior do que os seus irmãos. Partindo de seus próprios desejos de tomar toda glória para si…e ainda acrescentam: “Você deve como sonhar como José!”. Ledo engano. O seu sonho partira e era oriundo unicamente de Deus, cujo desenrolar histórico apontava para um próposito supremo, longe das conveniências e venetas humanas.
Faltaria tempo de falar do sonho do padeiro e do copeiro de Faraó, donde as suas sinas revelaram-se em sonhos tão agudos. O próprio Faraó sonhara algo pertinente a um conjunto de fatos históricos. O pedido feito por Salomão a Deus, em um sonho onde a Graça e Sabedoria se revelara a ele tão meiga e terna. O sonho do profeta Daniel registrado em sua profecia no capítulo 7, é o típico sonho de esclarecimentos escatólogicos donde relata a suma de todas as coisas, bem como a organização e a desogarnização de alguns impérios. E tudo isso em um sonho!
E aí você pergunta, isso aconteceu somente no Antigo Testamento? Não! Já no príncipio do Evangelho vemos a mão de Deus guiando o fato mais marcante para história da humanidade. O nascimento do Cristo. E nesse contexto aparece a figura angelical a Maria, contado-lhe as boas novas de que no seu ventre abrigaria o LOGOS Eterno. Mas encontrava-se ela num dilema circunstancial. O preparo para o casamento com José geraria nela uma infâmia posto que do nada apareceria grávida pelo Espírito Santo! Uma loucura para os olhos judaico da época. Mas pra encurtar, José ponderava essas coisas no coração e aí pelo respeito e amor que devotara a Maria, deixou-a secretamente.
Então José sonha! E neste um anjo do SENHOR falaria do abrigo e da tabernaculação do Cristo Jesus.Logo depois na demanda de informações requerida pelo Herodes acerca do menino, os magos do Oriente quando reconhecem a Realeza e a Divindade do Menino Cristo, é nos dito o texto sagrado que “ por divina advertência prevenidos em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho…”
E mais uma vez na fuga para o Egito, o anjo do SENHOR aparece a José em sonho ordenando-lhe a sua ida ao Egito para ali permanecer até a morte de Herodes. Tendo este morrido, mais uma vez um anjo do SENHOR aparece a José, e como? Em sonho! Agora ordenando-lhe a sua volta para a Terra de Israel. Só que havia um problema, Arquelau reinava na Judéia no lugar de seu pai Herodes, e aí temeu ser o filho pior ainda do que o pai. E o que aconteceu nesse episódio? Mais uma vez “por divina advertência prevenido em sonho” retirou-se para as regiões da Galiléia. Veja que a vinda do Messias aqui foi permeada de fatos guiados por sonhos e mais sonhos.
Existem dois pólos extremos da coisa: O primeiro, é que a modernidade bem como o produto dela torna o homem seco, vazio de alma e sem percepções espirituais, daí o fato de algumas modernas mentes não credibilzar sonhos, não aceitando que por tais ações a alma grita, a alma cobra e adverte-os.
O outro pólo é no entanto a supervalorização de qualquer que seja o sonho, atribuindo-lhes qualquer interpretação e contextualização do que tal sonho possa representar na vida. Assim as pessoas romantizam os sonhos. Se sonhar com o gato preto miando na sua sala, ja decodifica como um malogro ao próximo dia…E por aí vai. Há um texto no Pentateuco que diz: “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio,  E suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los;  Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma.” (Deut. 13).
Bem, termino aqui nessa breve reflexão sobre sonhos…Que o SENHOR seja Aquele que nos guia sempre, atentando sempre o Ele nos diz em sua Palavra, ou usando os recursos da nossa alma falando a nossa consciência sempre fundamentado no que já nos foi revelado.
Em sã consciência(rsrs),
                      Mário Celso

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