GÁL. 3. 24: De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.
A PALAVRA “AIO” NO ORIGINAL GREGO ‘PAIDAGOGÓS” DE ONDE SURGE A NOSSA PALAVRA PEDAGOGO.
ESSE AIO, OU TUTOR, ERA UM ESCRAVO QUE CUJA TAREFA ERA CUIDAR DE UMA CRIANÇA ATÉ QUE CHEGASSE À IDADE ADULTA. ERAM FREQUENTEMENTES DISCIPLINADORES SEVEROS.
Essa instituição era bem conhecida na Antigüidade para a época da infância, a saber, a subordinação a um ―condutor de meninos‖ (versão literal de paidagogós). Esse vigilante é de certo modo uma prisão personificada e ambulante para a duração da primeira mocidade.
A Lei, portanto foi a pedagoga e educadora, ou seja ela teria uma tarefa educativa, a saber, fazer com que amadureçamos em direção de Cristo.
É preciso considerar como os leitores na época de Paulo no contexto urbano daquele tempo experimentavam um paidagogós. Acontecia que um escravo idoso e ranzinza tangia o jovem de uma casa abastada para a escola, carregando ofegante a pesada bolsa deste. Estava munido de uma vara e protegia o rapaz de importunações por parte de estranhos, porém controlava igualmente a disposição infantil dele para brincadeiras, puxava-o asperamente pela orelha e empurrava-o adiante ralhando sempre com ele, a fim de entregá-lo pontualmente ao professor. Lá ele permanecia cochilando durante as horas de aula, até que estivesse na hora de retomar o caminho para casa.
O ponto fundamental de toda essa parábola trazida por Paulo, é que a Lei como pedagoga dos humanos nos conduziu ao Mestre. De “paidagogos” para o “Disdáskalos”, isto é de facilitador para o Professor.
Outro ponto importante é que na verdade a comparação ilustra a função decididamente limitada da lei. Sua função positiva consiste em vigiar a ―nós‖, a saber, Israel, e impedir tentativas de escapar e libertar-se sozinho (cf. Gl 3.23). Contudo a lei não possui nenhuma tarefa educativa, ela não representa uma espécie de curso preparatório da salvação.
Do ponto positivo dessa ilustração para o contexto sócio-político e educador de um pedagogo, podemos a partir dessa simbologia de Paulo, afirmar que:
a) Um pedagogo atual não vai agir da mesma forma como se agia na Idade Antiga, mas a lição que podemos tirar é que a educação é um processo de CONDUÇÃO, tornando o aprendizado o transporte certo e adequado para os alunos. Conduzindo-lhes no caminho, usando da “vara” a fim de proteger das “importunações” e dos “estranhos” importunadores conceitos acerca da Educação.
b) São muitos importunadores da Educação atual. Podemos citar um, que é a própria facilidade midiática às informações de um certo estudo em pauta que pode ser um “importunador” ao processo de assimilação por parte do Aluno. Vivemos na era do “CTRL + C” e “ CTRL + V” tirando do aluno uma boa perspicácia no direcionamento, na coesão, na fundamentação do que é estudado, criando-lhes consciência para prática no mundo.
c) Assim como o “paidagogos” da era de Paulo de forma alguma tinha a incumbência de educar a juventude , e sim era apenas um FACILITADOR E VIGILANTE que apenas conduzia os alunos para escola, assim também é a vida do Pedagogo, posto que ele abre caminhos, facilita os meios, abre os canais, expande a consciência e leva-os a Excelência.
d) Os “Paidagogos” da era paulina não transmitia conhecimento, mito esse carregado por muitos educadores de hoje. O Pedagogo vai mostrar as ferramentas necessárias para a PRODUÇÃO E a CONSTRUÇÃO do conhecimento.
e) O facilitador da aprendizagem vai inserir no ambiente escolar a CONSCIÊNCIA DO INACABADO, DO NÃO-SISTEMA, de que ainda está aberto toda horizontalidade da ciência, sendo que ao fazer tal introdução reivindica dos seus alunos a determinação a novos rumos no aprendizado, deixando-lhes não condicionado a um parâmetro limitado, fechado e sistêmico.
Assim penso ser a função de um Educador-facilitador, de um pedagogo-vigilante aos termos da maestria do conhecimento.
Mário Celso, que nunca pisou numa faculdade de pedagogia
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